Ecologia Urbana

Blog da disciplina de ecologia urbana, do 5º ano da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, docência do Professor Doutor Jacinto Rodrigues

20.5.08

JOSE ORTEGA GASSET

1_VIDA E PENSAMENTO

1.1_ Biografia

Filósofo espanhol. Nasceu em Madrid
, 9 de Maio de 1883 e morreu no 18 de Outubro de 1955.

Ortega y Gasset iniciou os seus estudos no colégio de Jesuítas em Miraflores, Málaga (1891-97), frequentou a Universidade de Direito em Bilbao (1897-98) e a Universidade Central de Madrid (1898-1904) onde se doutorou em Filosofia (1904).

Continuou os seus estudos na Universidade de Berlim, Leipzig e Marburg entre 1905 e 1907, tendo trabalhado dois anos como professor na Escola Superior de Magistratura em Madrid.
Em 1910 foi nomeado professor de Metafísica na Universidade Central de Madrid. Nesse mesmo ano contraiu matrimónio com Rosa Spottorno Topete com quem constituiu família.

Ortega y Gasset fundou diversas revistas e jornais, como por exemplo o jornal Faro (1908), a revista Espanha (1915-23) e a influente Revista de Ocidente (1923-36), bem como alguns grupos com funções políticas, nomeadamente a Liga de Educação Política Espanhola (1914) e o grupo de serviço à Republica (1931).

Em 1930, Ortega y Gasset publicou uma das suas melhores obras, La Rebelion das Massas, onde caracteriza a sociedade do século XX .

Em 1931, após a queda do ditador Miguel Primo de Rivera e da monarquia, é declarada a segunda República Espanhola, sendo Ortega y Gasset eleito deputado pela província de León no novo congresso.

Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39) Ortega y Gasset é voluntariamente exilado na Europa e na Argentina, onde permaneceu até 1942, uma vez que não estava disposto a exercer as suas funções durante o regime de Franco.

Em 1945, após o final da 2ª Guerra Mundial, Ortega y Gasset voltou a Espanha, mais concretamente a Madrid, depois de ter estado exilado em Lisboa desde 1942. Em 1948 fundou o Instituto de Humanidades em Madrid.

Durante toda a sua vida Ortega y Gasset pronunciou inúmeras conferências em diversos países como a Alemanha, Suíça e Estados Unidos da América. Publicou também imensas obras. José Ortega y Gasset deu a sua última conferência em Veneza em 1955. Faleceu em Madrid a 17 de Outubro desse mesmo ano sendo sepultado no cemitério de San Isidro.
Ortega y Gasset é considerado o maior filósofo espanhol, tendo influenciado grandemente o renascimento cultural e literário de Espanha no século XX.

A sua contribuição mais importante foi a teoria de “Eu sou eu e a minha circunstância”, estudando a importância do contexto na formação da nossa pessoalidade.

1.2.- Eu sou eu e a minha circunstância

Com a frase “Eu sou eu e as minhas circunstâncias “ Ortega insiste no que rodeia o homem, não só o mais imediato, senão também o remoto; não só o físico, também o histórico e espiritual.

Na opinião de Ortega, o homem é o problema da vida e percebe a vida como algo concreto, incomparável, único: “A vida é o individual”; se calhar, “Eu no mundo”; e esse mundo é uma coisa ou uma suma delas, senão um cenário, porque a vida é tragédia ou drama, algo que o homem faz e acontece com as coisas.

Viver e um relacionamento com o mundo, uma direcção a ele, uma preocupação com ele. Noutros termos, “a realidade que rodeia homem produz a outra metade da nossa pessoalidade”

O homem é um ser submergido numa circunstância (ou natureza) e esta representa varias concepções do seu estado físico e mental.

Assim o homem tem a missão da satisfação das circunstâncias, tem a tarefa da criação da “Técnica” e pomos definir como: “ a reforma que o homem impõe à natureza para conseguir a satisfação das suas necessidades.

2_EXEMPLO DE APLICAÇÂO NA ARQUITECTURA

2.1.- CASA MALAPARTE. Adalberto Libera

Arquitecto: Adalberto Libera
Cliente: Curzio Malaparte
Cidade: Capri (Italia)
Anos: 1940

A Casa Malaparte de Adalberto Libera é uma das obras mais interessantes na história da arquitectura, mas a sua importância radica não só nas suas qualidades arquitectónicas próprias, senão na sua atitude no relacionamento com o contexto. É um exemplo único e aproveita as circunstâncias externas para fazer a obra mais interessante. A paisagem e a Casa na sua união conseguem um lugar incrível, é mesmo fácil observar como a casa fora do contexto não poderia conseguir o mesmo efeito, mas também como o paisagem sem a obra não poderia ser único.
Como Ortega dizia “Eu sou eu e as minhas circunstâncias”, a Casa Malaparte é ela mesma e as circunstancias, e não só o paisagem.

São muitas experiencias de artistas que nós fazem pensar na importância do contexto, seja como exemplo Marcel Duchamp. Na obra “Fountain” Duchamp percebe como as coisas mudam de realidade fora do seu contexto mais previsível. Os factores externos sâo tão importantes como os próprios objectos.

Este exemplo faz perceber como se pode fazer arquitectura não só com respeito à natureza senão que melhore as suas próprias condições, consegue seja ainda mais belo.

3.- BIBLIOGRAFIA

ORTEGA Y GASSET

-
www.ortegaygasset.edu/

- es.wikipedia.org/wiki/José_Ortega_y_Gasset



CASA MALAPARTE

- es.wikipedia.org/wiki/Casa_Malaparte

-
www.mansilla-tunon.com/circo/epoca5/pdf/2002_105.pdf
(Artículo para a revista Circo dos arquitectos espanhois Emlio Tuñón y Luis Moreno Mansilla)

Luis Quintano Navarro / Ecología Urbana 2007-08 / FAUP