Ecologia Urbana

Blog da disciplina de ecologia urbana, do 5º ano da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, docência do Professor Doutor Jacinto Rodrigues

24.5.07

Urbanismo Sustentável

Artigo do professor Jacinto Rodrigues, datado de 1995, disponível num blog muito interessante: http://pimentanegra.blogspot.com/ 1 – Dote-se o país de geradores de energia renovável(eólicas, protótipos solares – fotovoltaicos, gazómetros de biogás, centrais de marés, anemotrices e sistemas de produção hidroeléctrica). Articulem-se os vários sistemas entre eles, porque a complementaridade das energias renováveis é evidente. Exemplo: quando desaparece o sol levanta-se o vento; o gás metano pode aumentar se aquecido por processos energéticos suplementares. Por isso, as minicentrais de múltiplos processos de produção energética são essenciais. 2 – Dote-se o país com um plano hidrológico descentralizado. Por exemplo: com pequenas e médias albufeiras ( formando uma coluna vertebral entre interior e litoral, cruzando os vários rios do país) poder-se-á permitir uma maior igualdade de oportunidades hídricas para todo o país. 3 – Plantem-se florestas e não «florestas industriais» (monocultura de eucaliptos). Exemplo: organize-se uma eco-agricultura que articule harmoniosamente os vários sistemas integrados do desenvolvimento rural, onde se possa conceber uma rede sanitária e formativo-informática. É para isso que pode ser útil o avanço da interacção cibernética e telemática. 4 – Dote-se o país de estações biológicas de reciclagem de lixos e águas residuais. Serão estações descentralizadas, em vez de mega-estruturas ( industriais e hipercentralizadas) que apenas transformam lixo noutros lixos mais venenosos ( as dioxinas). As estações biológicas descentralizadas têm outra lógica. São «máquinas vivas» que reciclam e renovam. É uma lógica eco-sistémica e não tecnicismo das indústrias de tratamento químico. As estações biológicas de reciclagem resultam da organização consciente dos eco-sistemas, de maneira a que os lixos, reduzidos ao mínimo, sejam introduzidos no sistema ecológico, integrando um ciclo auto-organizado. Exemplifiquemos com um tipo de «bio-ETAR» ( estação ecológica de tratamento de águas residuais) para melhor vivermos a diferença entre a tecnociência e a ecotécnica. Exemplo: uma parte da aglomeração urbana ( bairro) ou então num pequeno aglomerado rural, como em Jarna (Suécia), existe uma mancha verrde que entra dentro da povoação e se distende até ao Báltico. À primeira vista é um jardim com lagos, flores e árvores. Mas, aproximando-nos um pouco, vemos cascatas com formas escultóricas fazendo redemoinhos na água batida que se lança em pequenas lagoas com jacintos aquáticos, junquilhos e algas. Envolvendo as margens, existe um enorme roseiral e, num círculo mais estrito, os junquilhos cercam o pequeno lago de águas oxigenadas pelas cascatas e filtradas por areias e argila. Algas, fungos, caracóis e peixes constituem elementos de um ecossistema variado onde não faltam patos selvagens. As pequenas lagoas vão-se interligando por canais que anunciam novos ecossistemas. Durante este percurso, onde uma flora abundante envolve os tais jardins, descobrimos que as águas residuais se vão reciclando…Trata-se de uma estação ecológica de «tratamento» de águas e resíduos orgânicos. De facto, é um jardim útil e agradável. Útil pela reciclagem e agradável. Útil pela reciclagem, mas ainda pela produção de excedentes: peixes, patos e plantas podem ser retirados para alimentação. No miradouro da meditação, já junto ao Báltico, a água corria transparente e límpida. Demo-nos conta de que aquele jardim agradável e tão útil continha este mistérios espantoso da reciclagem da natureza. Esta organização geram do território, reequilibra as regiões e cria sustentabilidade para o país. Esta decisão estratégica é essencial como força motora. Mas é importante que os municípios giram eles próprios novas sinergias desses ecodesenvolvimento. Em Maio de 1994 decorreu na Dinamarca, em Aalborg, a conferência europeia sobre cidades sustentáveis. Estabeleceu-se uma carta – conhecida hoje pela carta de Aalborg. Várias cidades subscritoras desse documento pretendem levar à prática a sustentabilidade das cidades europeias, mostrando ser possível, a um nível mais local, concretizar o espírito da Conferência das Nações Unidas, realizada no Rio de Janeiro em 1992. No concurso de ideias para Monção foi aprovada uma estratégia de uma ecopólis, uma proposta de cidade ecológica. Aproveitando os recursos geotérmicos, a proposta aprovada defende estes pressupostos de urbanismo ecologicamente sustentável. Está, pois, a gerar-se por toda a parte a necessidade de se promoverem soluções de ecodesenvolvimento. É preciso dotar as instituições de formação de planeadores e urbanistas de maneira a poder dar-se uma resposta teórica e ecotécnica à nova organização territorial que a nova sociedade vai exigindo. Autor: Jacinto Rodrigues (reprodução integral de um artigo de Jacinto Rodrigues publicado no Jornal de Notícias de 25 de Agosto de 1995)

22.5.07

Carta enviada por Johan Van Lengen a Jacinto Rodrigues

Caro Jacinto e toda sua família,
Nossa estagiem foi maravilhosa, nunca podia imaginar o calor com que nos fomos recebidos por tantas pessoas!
(A geleia que David nos deu é uma delicia, todos gostaram).
Sorte que temos tantas fotografias, presente de Helder, apesar que só preciso fechar os olhos para ver Porto de novo.
Sem falar de Lisboa, dos dias de andar de "transvia" por todo lado. O mais fantástico era o mosteiro, ficamos horas admirando a sofisticação arquitectónica, não só do "design" mais também na executarão dos detalhas......Fiquei muito inte3resado na história de Prisciliano, como lí no seu livro, eu não sabia destes movimentos de panteísmo gnosticista na Ibéria. Vou ler mais sobre este......
Ainda estou no Rio, arrumando papéis, para subir para Tibá no fim de semana.
Favor, dá um grande abraço com muito amor a seus estudantes, gente preciosa.
Para você, meu amigo, o melhor de tudo,
Johan

21.5.07

Teste 3º período

“Uma boa e uma má notícia

(…) A má notícia é que a humanidade transformou o planeta Terra ao ponto de ameaçar a produção pela natureza dos bens e serviços essenciais para a humanidade: fertilidade dos solos e controlo da erosão, água potável, ar de qualidade, diversidade dos recursos genéticos na base do desenvolvimento de produtos farmacêuticos e agrícolas, abastecimento alimentar (peixe, caça) e de combustíveis, regulação das inundações e do clima, serviços “culturais” de que as sociedades humanas beneficiam para a sua vida espiritual, estética e simbólica… Ao ponto das respostas do ambiente natural à escalada das pressões exercidas pelo homem se tornarem imprevisíveis: a humanidade não está ao abrigo de más surpresas ambientais. Os pessimistas têm razão: a humanidade segue hoje uma trajectória de desenvolvimento que não é durável.

A boa notícia é que, ao longo de toda a sua história, a humanidade deu provas de uma grande capacidade de adaptação às alterações do seu ambiente. Pela sua criatividade, o homem inova, ajusta as suas tecnologias, as suas instituições e a sua atitude face à natureza, aliviando assim a pressão sobre o ambiente. Portanto os optimistas também têm razão: as inovações permitem evitar que as alterações do ambiente natural ameacem o futuro da humanidade.

Porém, as inovações necessárias a um reequilíbrio entre a actividade humana e os processos naturais não se produzem de maneira espontânea e a sua implementação requer uma renovação da organização social e económica das sociedades. Uma mutação desse tipo leva vários decénios.

No passado, a adaptação das sociedades humanas só se produziu quando o homem não tinha alternativa. Hoje, dada a amplitude mundial das alterações ambientais, a inércia dos sistemas naturais e sociais e a complexidade crescente das economias, a adaptação da actividade humana deve ser feita por antecipação. Uma consciencialização dos riscos e uma reacção rápida por meio das políticas apropriadas são indispensáveis para reencontrar uma trajectória de desenvolvimento durável.

Assim sendo, só podemos ser optimistas a longo prazo na condição do pessimismo contribuir para alterar o mundo actual a curto prazo.”

Éric Lambin, in “A Terra sobre Corda Bamba – para um reequilíbrio ecológico”, Col. Perspectivas Ecológicas, Ed. Instituto Piaget, 2006

Tendo em conta este enquadramento teórico sobre a relação entre a humanidade e o planeta Terra, faça uma reflexão crítica revelando de que modo vê a sua futura atitude como cidadã(o) e arquitecta(o) ligada(o) às questões da construção e do urbanismo.

Enumere algumas actividades possíveis que possa vir a realizar como cidadã(o) e profissional explicitando:

  1. Que dificuldades julga encontrar?
  2. Que limites prevê na sua acção?
  3. Que abertura e apoios pensa encontrar para realizar uma correcta actividade profissional na defesa do interesse público?

BOM TRABALHO!

O Professor

15.5.07

Solar Decathlon UPM Madrid


Casa proposta para um concurso americano, apresentada na aula de hoje pela Arrate Arizaga, aluna de ecologia urbana, erasmus da Escola de Arquitectura de Madrid.

El Solar Decathlon es un concurso internacional de arquitectura e ingeniería patrocinado por el Departamento de Energía de los Estados Unidos y el Laboratorio Nacional de Energías Renovables (NREL). Las universidades participantes deben construir una casa abastecida completamente por energía solar y mantenerla operativa durante 3 semanas en el National Mall de Washington DC a principios de otoño.
El nombre proviene de las 10 pruebas puntuables que deben superar las casas para imponerse a las demás (normas de la tercera edición):
Arquitectura. Evaluación por un jurado de la casa y de los diseños: 200 puntos
Ingeniería. Evaluación por un jurado de los sistemas y el análisis energético: 150 puntos
Capacidad comercial. Evaluación por un jurado de la capacidad comercial y el análisis económico. Evaluación de un organizador de la conformidad con las reglas y normas del concurso: 150 puntos
Comunicación. Evaluación por un jurado de la página web del equipo y las visitas a la casa: 100 puntos
Confort. Evaluación objetiva y subjetiva de la temperatura (entre 22 y 24ºC) y la humedad (40 y 55% de humedad relativa): 100 puntos
Funcionamiento de electrodomésticos. Evaluación objetiva de lavado de ropa (llegando a 43,3ºC), secado de ropa, preparación de la cena, temperatura del frigorífico (entre 1,1 y 4,4ºC), temperatura del congelador (entre -29 y -15ºC), funcionamiento de TV y vídeo 6 horas al día, funcionamiento de un ordenador 8 horas al día: 100 puntos
Agua caliente. Calentamiento de 56,8 litros de agua a 43,3ºC, una vez por la mañana y otra por la tarde: 100 puntos
Iluminación. Evaluación por un jurado de la iluminación eléctrica y natural de la casa, incluyendo medida de iluminación en la mesa de trabajo de 9 a.m. a 5 p.m.: 100 puntos
Balance energético. Medida de la producción eléctrica neta de la casa (debe ser superior a -10 KWh para obtener puntuación): 100 puntos
Movilidad. Se trata de hacer la máxima cantidad de kilómetros con un coche eléctrico cuyas baterías se cargan con el sistema fotovoltaico: 100 puntos
Total: 1200 puntos

Lleva disputadas dos ediciones, en 2002 y 2005, y hay programada una tercera para septiembre de 2007. En la segunda edición participó por primera vez una universidad no americana, la Universidad Politécnica de Madrid. Para la edición de 2007 se suma además la universidad alemana de Darmstadt.


12.5.07

Obrigada a todos!!!











diário do workshop - dia 5

Em breve teremos mais e melhores fotos para publicar aqui.. por enquanto ficam estas só para ter uma ideia!
Era bem interessante compilar aqui as experiências, fotos e apontamentos/desenhos de todas as pessoas que partilharam connosco esta semana incrível! Fica o desafio...




8.5.07

diário do workshop - dia 2








diário do workshop - dia 1


explicação do funcionamento de um blason, ou toilete seca



preparação de massa para construção de uma placa resistente em sandwich



modelação da placa



rede para o interior da sandwich